Editorial - Programação de junho
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Editorial Junho
No mês de junho, as ocupações de espaços dos teatros Olga Reverbel e Simões Lopes Neto atendem a programações tradicionais do Theatro São Pedro – atualmente fechado para obras de prevenção de incêndio e acessibilidade, é sempre bom lembrar - como o Musical Évora, nas quartas feiras, às 12,30 horas, e o Mistura Fina, projeto de música popular que acontece todas as quintas feiras, às 19 horas. Ambas as programações têm ingresso gratuito. O Musical Évora, no dia 18 de junho, será dedicado ao aniversário de Eva Sopher e contará com o pianista inglês Connor Heraghty.
Mas neste mês temos os espetáculos do festival Palco Giratório, promovido anualmente pelo SESC, e que ocupa ambas as salas, além do FESTECRI, um festival de teatro para crianças, que chega a sua terceira edição, tendo espetáculos ao longo de quinze dias, sendo que durante os dias de semana escolas da capital têm ingressos especiais, embora o público em geral tenha acesso normal a todas as atrações, através da compra de ingressos pela nossa plataforma digital.
Mas junho é o mês de aniversário do Theatro São Pedro: chegamos a 167 anos de existência, e temos duas atividades muito especiais: a partir do dia 11, uma exposição de obras do pintor e gravurista Plínio Bernhardt, um dos artistas que responde pelas belíssimas imagens do forro do nosso teatro, hoje já consideradas pelo IPHAN como patrimônio cultural. Na inauguração, teremos inclusive a participação de um quarteto da Orquestra Jovem do Theatro São Pedro. A mostra permanecerá até 7 de julho, no saguão do Multipalco, com visitação a partir do meio dia, até as 19 horas, quando os espetáculos do Teatro Olga Reverbel se iniciam.
A outra atração está no campo do teatro. No final do mês, coincidindo com a data do aniversário, propriamente dito, o grande ator Othon Bastos apresentará seu monólogo “Não me entrego, não!”. Othon tem 92 anos e é considerado hoje o maior ator brasileiro em atividade. O espetáculo já tem ingressos à venda, ocorrendo entre 26 e 29 de junho, no Teatro Simões Lopes Neto. Há meses em cartaz no Rio de Janeiro, Othon Bastos interrompe a temporada carioca especialmente para festejar o aniversário do nosso teatro, vindo a Porto Alegre.
Outra grande atração ocorre nos dias 4 e 5 de junho: no âmbito do Palco Giratório, Renata Sorrah e a Cia. Brasileira de Teatro apresentam “Dentro da cabeça de alguém”, trabalho que tem sido expressivamente aplaudido pelo público e pela crítica.
Por fim, nos dias 29 e 30 de junho, a Bublitz Academia de Musicais mostrará o espetáculo “BAM In Concert”. O gênero musical, como se sabe, tem uma longa tradição no teatro europeu e norte-americano e nas duas últimas décadas teve um renascimento importante no Brasil. A Escola Bublitz mantém atividades dedicadas à dança clássica, mas, mais recentemente, passou a investir também no segmento do teatro musical, com excelentes performances, como se poderá ver com este trabalho.
Ao longo de todo o mês, e em conjunto com a Assembleia Legislativa, teremos mais duas atrações do Sarau do Solar, nos dias 11 de junho (Sarau especial da Sustentabilidade, com Rapa Pinta e sua banda Nuvem), e e 18 de junho, com Roger Corrêa e o Quarteto Latino-ibérico.
Destaques especiais merecem a encenação de “O que mantém um homem vivo?”, de Bertolt Brecht e Kurt Weill, nos dias 20 a 22 de junho, com direção de Everton Rodrigues e interpretações de Zé Adão Barbosa, Ana Krewaldt, Alexei Goldenberg e do próprio diretor; O espetáculo acontece no Teatro Olga Reverbel; e “Instinto”, do Coletivo GOMPA, com direção de Camila Bauer, também no Teatro Olga Reverbel.
Há muito tempo não temos, na cidade, um espetáculo de Brecht, em especial este texto, muito encenado nos anos 1970, e que caracteriza o teatro mais político do grande dramaturgo alemão.
Por outro lado, “Instinto” encerra a participação deste grupo porto-alegrense no primeiro edital da SEDAC de residência para grupos teatrais da cidade, nos espaços da Fundação Theatro São Pedro. Pelo edital, dois grupos teatrais trabalham durante alguns meses nos espaços do Theatro São Pedro, na produção de um espetáculo, com financiamento da SEDAC. Como contrapartida, devem apresentar seus trabalhos gratuitamente ao público, como neste caso.